sexta-feira, 24 de junho de 2011

Fotos da nossa Lua-de-Mel na Inhaca II

no barco Vodacom Express

perto do Farol

junto ao Farol

na piscina do Pestana Inhaca Lodge

na Ilha dos Portugueses

na praia de Santa Maria

na praia de Santa Maria

O nosso casamento na imprensa II



Finalmente nos chegou o texto integral do artigo sobre o nosso casamento que saiu no jornal ucraniano “Família e Casa” (Simya i Dim) da cidade de Lutsk. Além da edição impressa (cuja cópia já nós foi enviada pelo correio), o artigo também está disponível na página do jornal na Internet....

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Fotos da nossa Lua-de-Mel na Inhaca

no Farol
com regulo Nhaca

Revelação dos nossos sonhos


Nosso sonho: viver juntos para sempre...
Esta Quinta – Feira, Cândida e eu visitamos a exposição fotográfica “pinhole” da autoria do fotógrafo / artista / activista cultural escocês Douglas Nicolson, promovida pela associação cultural Kulungwana (Eni Matos).
Douglas Nicolson expõe e vende uma dúzia de fotografias suas tiradas através da técnica ponhole, que foram captadas em locais tão distintos como Costa do Sol (Moçambique) e Jardins Sabatini (Madrid), Parque Kruger (RAS) e Ilha de Moçambique.
A abertura da exposição fotográfica foi acompanhada pela performance teatral da autoria da ucraniana Marichka Matsepa, que como uma espécie da Mavka envolvia os presentes no espírito colectivo da festa. No decorrer da exposição Marichka também tocou o teclado electrónico e cantou, demonstrando ter mão cheia de talentos artísticos.
O fotógrafo também presenteou nós com uma experiência de “revelação dos sonhos”. Após ficarmos na sala totalmente escura, colocamos as palmas da mão sob o papel fotográfico, escrevemos antecipadamente o teor dos nossos sonhos. Mais tarde os sonhos foram literalmente revelados e o nosso foi bastante próprio aos recém – casados: “Viver juntos para sempre”...
Exposição: Kulungwana Espaço Artístico “Sala de Espera”, Estação Central CFM, Praça dos Trabalhadores, Baixa de Maputo, contactos: kulungwana, + 258 21 333 048

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A nossa Lua-de-Mel na Inhaca II

Como hospedes do Pestana Inhaca Lodge tivemos o direito de visitar gratuitamente a Ilha dos Portugueses. Na ilha deserta encontramos uma cabana grande e nova, construída por uma empresa sul – africana, que no futuro, talvez, poderia servir como restaurante – esplanada ou algo do género. Os dois lados da cabana grande, encontramos duas casinhas pequenas, feitas só de chão e tecto, numa das quais estava a dormir uma pessoa com o fardamento verde – azeitona. Por isso se instalamos na casinha vaga, onde estendemos a toalha no chão e fomos apanhar os banhos de sol. Algum tempo depois, fomos informados por tal pessoa fardada (que veio com mais um companheiro) do que afinal a “nossa” casinha era o “posto policial” (de facto, estava lá um papelinho empoeirado escrito à esferográfica que dizia isso) e como tal não poderíamos ficar lá. Para não criar nenhum tipo de discussão, saímos da casinha e estendemos as nossas toalhas na entrada de madeira de tal palhota maior. Como era claramente a propriedade privada, os fiscais não teriam o direito a reclamar a sua autoridade sobre ela. De facto, eles não reclamaram e assim ficamos livres de qualquer incómodo, entregues ao sol, mar e praia. Tiramos algumas fotos, nadamos nas águas calmas e ao meio dia regressamos ao hotel. No fim, pensei que a Ilha dos Portugueses seria o local ideal para fazer os jogos de paintball... Ao entrar no hotel, deparamos com um casal de turistas que ensaiava o mergulho com as garrafas de ar na piscina do hotel.

Os conhecedores dizem que infelizmente, a Ilha dos Portugueses já não possui os corais, pois todos eles foram sepultados pela grande quantidade da arreia trazida pelo oceano. Ainda 15 anos atrás, a Ilha dos Portugueses era conhecida pelos seus corais e vários turistas iam para lá para observar e filmar a vida marinha....

Oportunidades de Negócios

Achei que falta na Inhaca uma boa loja de curiosidades, com as coisas características da ilha, do tipo os chaveiros em forma da ilha, t-shirts com o mapa da Inhaca, etc. O nome da Inhaca têm muito por explorar comercialmente. Seria também interessante de montar na ilha o posto de correios, onde poderiam ser vendidos os selos da Inhaca com o carimbo dos correios da Inhaca. Por uma raridade deste tipo os coleccionadores do mundo inteiro pagariam pequenas fortunas. Os coleccionadores adoram a exclusividade e Inhaca daria lhes isso.

Estacão de Biologia Marítima da Inhaca

À Estacão de Biologia Marítima fomos de carro e fizemos bem, pois esta fica à uma distância de cerca de 4 km do hotel. Os cidadãos nacionais pagam 25 MT pela entrada, os estrangeiros pagam 75 MT. Estacão já é bem velhinha, foi criada em Janeiro de 1952 pela iniciativa do Professor C. J. Van der Horst, o Chefe do Departamento de Zoologia da Universidade de Witwatersrand. A maioria dos espécimes da estacão foi capturada nos anos 1960-1980, embora vimos uma cobra bem “novinha”, que foi capturada nas proximidades do Pestana Inhaca Lodge em Maio de 2010.

A exposição do museu se situa em três quartos, dedicados aos animais e plantas da ilha, nos frasquinhos de vários tamanhos, mergulhados em formalina estão diversos crustáceos, entre os caranguejos, estrelas e ouriços do mar, lagostins, lagostas e outros camarões. Mas também algumas cobras e lagartos, pássaros empalhados, um crocodilo (dizem que veio do continente), tartarugas, esqueleto do Dugongo Dugongo (parece que por vezes estes mamíferos aparecem na Inhaca) e até javalis que também vieram do continente, mas se instalaram na ilha, pois aqui não vive nenhum predador natural que os pode incomodar. Muito sinceramente aconselho visitar o museu, nem que para gratificar as pessoas que durante estes anos todos conseguiram preservar aquilo que foi criado anteriormente.

Praia de Santa Maria

Fiquei ligeiramente desapontado pelo facto de conhecer a praia de Santa Maria apenas tardiamente. A praia fica à uma distancia de cerca de 5 km do hotel, na parte da ilha que fica separada do continente apenas pelo canal, que como dizem os especialistas, fica cada ano mais e mais estreito.

Na praia fica um coral quase morto (apenas aqui e ali vê-se alguma parte do coral ainda viva), mas apesar disso, junto ao coral vive uma imensidade dos peixes bonitos (por exemplo os dominós, com as suas riscas pretas e brancas características). Aconselho levar consigo a máscara de mergulho e algum tipo de sapato para poder andar por cima do coral, pois as suas partes cortantes incomodam bastante os pés desacostumados à rudeza da natureza. Temos várias fotografias que mostram a Cândida nadar literalmente rodeada pelos peixes, que aproximavam-se à uma distância de apenas 20 – 30 sm. Por fim, na praia apareceu um grupo de tartarugas que nadava não mais que uns 5 – 6 metros da costa. Eles mergulhavam, mas tempo a tempo colocavam as cabeças fora de água, algo que antes só vi na TV. Quase ao mesmo tempo e no mesmo local das tartarugas, apareceram uns peixes misteriosos que só mostravam as suas barbatanas rectas, de uns 15 – 20 sm de comprimento, azuladas – verdes, eles e as tartarugas conviviam na maior das tranquilidades.

Tal como acontece na Ilha dos Portugueses, o coral da Santa Maria esta a desaparecer engolido pelas areias do Índico. Alias, como o próprio canal, que fica cada vez mais estreito, podendo transformar a Inhaca na continuação do continente nos próximos 20 – 30 anos (ou se calhar muito mais depressa). Como tal, ficamos com a imensa vontade de voltar para a Santa Maria, desta vez como os turistas simples, acampando nas proximidades da praia, pois naquela zona existe alguma infra-estrutura que permite faze-lo com a comodidade e a segurança razoáveis.

Caminho para casa

Ao voltar para Maputo fomos até a praia apenas 5 minutos após a hora recomendada e vimos o barquinho intermédio cheio de turistas a zarpar em direcção ao nosso catamarão Vodacom. Apressamos o nosso andar, as nossas malas eram levadas por uns jovens simpáticos e o barquinho recuou para nós levar. Os turistas afinal eram estudantes sul – africanos de uma universidade de Joanesburgo, que vimos acampados na praia de Santa Maria no dia anterior. Eles vieram a Inhaca para fazer os estudos geológicos, mas também aproveitavam para conhecer a flora e a fauna da ilha.

No caminho entre Inhaca e Maputo cruzamos com dois barcos de guerra de nacionalidade incerta, estavam bastante longe para poder ver as bandeiras que ostentavam. E também vimos uma ilha flutuante, um pedaço da terra arrancado do continente pela chuva ou pelas marés que flutuava no meio da baia de Maputo com as suas plantas verdes intactas.

Amanha seria o domingo, um dia curto para descansar da nossa Lua-de-Mel e preparar-se para uma nova semana de trabalho...
 
Os maiores agradecimentos ao Pestana Inaca Lodge e ao seu Director Dr. Bernardo Mandarra pela hospitalidade ímpar e hospedagem durante a nossa Lua-de-Mel.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

A nossa Lua-de-Mel na Inhaca

O Barco de Vodacom para ao largo e os passageiros são obrigados a passar para uma embarcação menor. Mas esta também não chega à costa e os passageiros saem do barco usando um banquinho de alumínio e devem ir a pé até a praia. Para ajudar a carregar as malas aparecem os jovens, no fim eles pedem 100 MT por pessoa, oferecemos 50 MT.

Logo na praia aparecem os fiscais da UEM com o seu fardamento verde – azeitona, eles cobram a taxa ambiental: 200 MT por cada estrangeiro, 100 MT por cidadão nacional. O régulo da Inhaca, Sr. Nhaca, que tem 97 (?) anos, 1 esposa e 5 filhos recebe do Governo o salário de 400 MT por mês, ou seja o preço da taxa ambiental cobrado aos dois turistas estrangeiros. Naquele domingo, dia 15 de Maio, o nosso barco trouxe até a Inhaca 10 pessoas, mais de metade eram turistas estrangeiros... Já para não esquecer o facto do que os barcos que atracam na ilha também pagam as taxas, assim como os pesquisadores estrangeiros que pagam a taxa única de 12.000,00 MT por cada pesquisa.

A ilha não possui nenhuma bomba de combustível, mas lá circulam cerca de 20 carros, incluindo dois tractores, por isso todo o combustível é trazido do continente em bidões.

A praia do farol agora está vedada aos carros, para chegar lá o transporte do hotel cobra 45 USD por pessoa. Gosto de faróis por isso tínhamos que subir a colina que tem, salvo seja, 117 m de altura e depois mais uns 25 metros do próprio farol, feito de ferro fundido, protegido pelo cimento. As placas solares que fornecem a energia aos aparelhos são um pouco sujos por causa dos pássaros.

Os outros hóspedes do hotel, com quem partilhamos o espaço do pequeno-almoço são um casal de jovens, ele é hondurenho, ela é espanhola, mais uma senhora já idosa com aspecto de uma praticante de yoga indiana. Ela dorme no chão do terraço do hotel, o local onde come, toma o seu café e trabalha no computador portátil, digitando algo freneticamente e fazendo as buscas na Internet.

Uso as noites para comunicar com os amigos e a família na Internet, coloquei as primeiras fotos do nosso casamento neste blogue e no meu perfil do Facebook. Verifico que na Net ucraniana apareceram os primeiros artigos sobre o nosso casamento, tinha mandado o texto e algumas fotos para os amigos e para a comunicação social.

A ilha está cheia de corvos da Índia, também por vezes chamados de “ratos com asas”, eles se assemelham à uma praga, roubam os guardanapos nas mesas, tentam bicar a comida, etc. Dizem que depois de as autoridades começarem pagar 100 MT (?) por cada ovo do corvo, eles migraram para a vizinha Ilha dos Portugueses, onde agora fazem os ninhos. Não sei até que ponto isso é verdade, apenas sei que os ambientalistas são contra qualquer “impacto negativo” contra a natureza.

Em um dos dias, os nossos vizinhos durante o pequeno almoço eram um grupo de pessoas ligadas à Igreja Ortodoxa Grega, eles atiravam pão aos corvos e falavam sobre o proletariado. Não sei se era sobre os corvos, acredito que estes poderiam ser classificados de “lumpen – proletariado”, pois não produzem nada e vivem das “expropriações”...

Além dos corvos a Inhaca é rica em pássaros, por cima da piscina voam vários tipos de patos, garças, pardais. Também existem muitas libélulas. Os corvos muitas vezes ficam agressivos para com outros pássaros, um dia vimos como eles perseguiram a garça não a deixando de comer. Num outro dia, presenciamos a cena em que os corvos perseguiam um morcego, que provavelmente ferido, rastejava no chão com as suas asas. Era um morcego bem grande, que virava o seu focinho contra nós e chiava com ar ameaçador, no fim vimos que ele subiu a palmeira em segurança.

Um belo dia foi pela praia para visitar o museu da biologia marítima da UEM. Cansei de tanto andar, por fim subi a encosta e voltei para o hotel, ainda consegui arranjar a boleia de um dos tractores que fazia a recolha de garrafas vazias de refrigerantes. Creio que em 1h30 percorri cerca de 6 km, fiquei com os pés doridos durante dois ou três dias seguidos. Afinal, o hotel ficava a uma distância de apenas 150 – 200 metros do local onde eu subi a encosta. Como consolação, vi alguns pássaros, entre eles pelo menos um casal dos íbis, que devem ser os parentes dos corvos, pois emitem os sons nada melódicos. Senti que conheci melhor a ilha e também achei que falta a sinalização nas vias, medida que não custaria muito carro e que facilitava a vida dos turistas.

Continua...