segunda-feira, 6 de junho de 2011

A nossa Lua-de-Mel na Inhaca II

Como hospedes do Pestana Inhaca Lodge tivemos o direito de visitar gratuitamente a Ilha dos Portugueses. Na ilha deserta encontramos uma cabana grande e nova, construída por uma empresa sul – africana, que no futuro, talvez, poderia servir como restaurante – esplanada ou algo do género. Os dois lados da cabana grande, encontramos duas casinhas pequenas, feitas só de chão e tecto, numa das quais estava a dormir uma pessoa com o fardamento verde – azeitona. Por isso se instalamos na casinha vaga, onde estendemos a toalha no chão e fomos apanhar os banhos de sol. Algum tempo depois, fomos informados por tal pessoa fardada (que veio com mais um companheiro) do que afinal a “nossa” casinha era o “posto policial” (de facto, estava lá um papelinho empoeirado escrito à esferográfica que dizia isso) e como tal não poderíamos ficar lá. Para não criar nenhum tipo de discussão, saímos da casinha e estendemos as nossas toalhas na entrada de madeira de tal palhota maior. Como era claramente a propriedade privada, os fiscais não teriam o direito a reclamar a sua autoridade sobre ela. De facto, eles não reclamaram e assim ficamos livres de qualquer incómodo, entregues ao sol, mar e praia. Tiramos algumas fotos, nadamos nas águas calmas e ao meio dia regressamos ao hotel. No fim, pensei que a Ilha dos Portugueses seria o local ideal para fazer os jogos de paintball... Ao entrar no hotel, deparamos com um casal de turistas que ensaiava o mergulho com as garrafas de ar na piscina do hotel.

Os conhecedores dizem que infelizmente, a Ilha dos Portugueses já não possui os corais, pois todos eles foram sepultados pela grande quantidade da arreia trazida pelo oceano. Ainda 15 anos atrás, a Ilha dos Portugueses era conhecida pelos seus corais e vários turistas iam para lá para observar e filmar a vida marinha....

Oportunidades de Negócios

Achei que falta na Inhaca uma boa loja de curiosidades, com as coisas características da ilha, do tipo os chaveiros em forma da ilha, t-shirts com o mapa da Inhaca, etc. O nome da Inhaca têm muito por explorar comercialmente. Seria também interessante de montar na ilha o posto de correios, onde poderiam ser vendidos os selos da Inhaca com o carimbo dos correios da Inhaca. Por uma raridade deste tipo os coleccionadores do mundo inteiro pagariam pequenas fortunas. Os coleccionadores adoram a exclusividade e Inhaca daria lhes isso.

Estacão de Biologia Marítima da Inhaca

À Estacão de Biologia Marítima fomos de carro e fizemos bem, pois esta fica à uma distância de cerca de 4 km do hotel. Os cidadãos nacionais pagam 25 MT pela entrada, os estrangeiros pagam 75 MT. Estacão já é bem velhinha, foi criada em Janeiro de 1952 pela iniciativa do Professor C. J. Van der Horst, o Chefe do Departamento de Zoologia da Universidade de Witwatersrand. A maioria dos espécimes da estacão foi capturada nos anos 1960-1980, embora vimos uma cobra bem “novinha”, que foi capturada nas proximidades do Pestana Inhaca Lodge em Maio de 2010.

A exposição do museu se situa em três quartos, dedicados aos animais e plantas da ilha, nos frasquinhos de vários tamanhos, mergulhados em formalina estão diversos crustáceos, entre os caranguejos, estrelas e ouriços do mar, lagostins, lagostas e outros camarões. Mas também algumas cobras e lagartos, pássaros empalhados, um crocodilo (dizem que veio do continente), tartarugas, esqueleto do Dugongo Dugongo (parece que por vezes estes mamíferos aparecem na Inhaca) e até javalis que também vieram do continente, mas se instalaram na ilha, pois aqui não vive nenhum predador natural que os pode incomodar. Muito sinceramente aconselho visitar o museu, nem que para gratificar as pessoas que durante estes anos todos conseguiram preservar aquilo que foi criado anteriormente.

Praia de Santa Maria

Fiquei ligeiramente desapontado pelo facto de conhecer a praia de Santa Maria apenas tardiamente. A praia fica à uma distancia de cerca de 5 km do hotel, na parte da ilha que fica separada do continente apenas pelo canal, que como dizem os especialistas, fica cada ano mais e mais estreito.

Na praia fica um coral quase morto (apenas aqui e ali vê-se alguma parte do coral ainda viva), mas apesar disso, junto ao coral vive uma imensidade dos peixes bonitos (por exemplo os dominós, com as suas riscas pretas e brancas características). Aconselho levar consigo a máscara de mergulho e algum tipo de sapato para poder andar por cima do coral, pois as suas partes cortantes incomodam bastante os pés desacostumados à rudeza da natureza. Temos várias fotografias que mostram a Cândida nadar literalmente rodeada pelos peixes, que aproximavam-se à uma distância de apenas 20 – 30 sm. Por fim, na praia apareceu um grupo de tartarugas que nadava não mais que uns 5 – 6 metros da costa. Eles mergulhavam, mas tempo a tempo colocavam as cabeças fora de água, algo que antes só vi na TV. Quase ao mesmo tempo e no mesmo local das tartarugas, apareceram uns peixes misteriosos que só mostravam as suas barbatanas rectas, de uns 15 – 20 sm de comprimento, azuladas – verdes, eles e as tartarugas conviviam na maior das tranquilidades.

Tal como acontece na Ilha dos Portugueses, o coral da Santa Maria esta a desaparecer engolido pelas areias do Índico. Alias, como o próprio canal, que fica cada vez mais estreito, podendo transformar a Inhaca na continuação do continente nos próximos 20 – 30 anos (ou se calhar muito mais depressa). Como tal, ficamos com a imensa vontade de voltar para a Santa Maria, desta vez como os turistas simples, acampando nas proximidades da praia, pois naquela zona existe alguma infra-estrutura que permite faze-lo com a comodidade e a segurança razoáveis.

Caminho para casa

Ao voltar para Maputo fomos até a praia apenas 5 minutos após a hora recomendada e vimos o barquinho intermédio cheio de turistas a zarpar em direcção ao nosso catamarão Vodacom. Apressamos o nosso andar, as nossas malas eram levadas por uns jovens simpáticos e o barquinho recuou para nós levar. Os turistas afinal eram estudantes sul – africanos de uma universidade de Joanesburgo, que vimos acampados na praia de Santa Maria no dia anterior. Eles vieram a Inhaca para fazer os estudos geológicos, mas também aproveitavam para conhecer a flora e a fauna da ilha.

No caminho entre Inhaca e Maputo cruzamos com dois barcos de guerra de nacionalidade incerta, estavam bastante longe para poder ver as bandeiras que ostentavam. E também vimos uma ilha flutuante, um pedaço da terra arrancado do continente pela chuva ou pelas marés que flutuava no meio da baia de Maputo com as suas plantas verdes intactas.

Amanha seria o domingo, um dia curto para descansar da nossa Lua-de-Mel e preparar-se para uma nova semana de trabalho...
 
Os maiores agradecimentos ao Pestana Inaca Lodge e ao seu Director Dr. Bernardo Mandarra pela hospitalidade ímpar e hospedagem durante a nossa Lua-de-Mel.

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